1. Selma Lagerlöf (1858-1940)
“Em apreciação ao grande idealismo, à vívida imaginação e à percepção espiritual que caracterizam seus escritos”
País: Suécia
Ano da premiação: 1909
Ano da premiação: 1909
Além de ter sido a primeira mulher a receber o Prêmio Nobel da Literatura, em 1909, em 1914 a sueca Selma Ottilia Lovisa Lagerlöf se tornou também a primeira a integrar a Academia Sueca, instituição responsável pela premiação instituída por Alfred Nobel. Entre os seus livros traduzidos para o português estão o infanto-juvenil A Maravilhosa Viagem de Nils Holgersson através da Suécia (1906) e De Saga em Saga (1908), coletânea de contos e pequenas histórias.
2. Grazia Deledda (1871-1936)
“Por seus escritos idealisticamente inspirados que, com clareza plástica, retratam a vida em sua ilha nativa e, com profundidade e simpatia, falam dos problemas humanos em geral”
País: Itália
Ano da premiação: 1926
Ano da premiação: 1926
Amor, dor, morte. Ambientados na ilha de Sardenha, os escritos da italiana Grazia Deledda são perpassados pelo sentimento do pecado e da fatalidade da vida. No Brasil, podem ser encontradas edições das obras Caniços ao Vento (1913) e Cosima (1937), livro póstumo que reúne suas memórias.
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3. Sigrid Undse (1882-1949)
3. Sigrid Undse (1882-1949)
“Principalmente por suas poderosas descrições da vida no norte durante a Idade Média”
País: Dinamarca
Ano da premiação: 1928
Ano da premiação: 1928
Nascida em Kalundborg, na Dinamarca, mas criada na Noruega, Sigrid Undse perdeu seu pai aos 11 anos. Os problemas financeiros impediram que frequentasse a universidade, mas o trabalho como datilógrafa acabou estimulando sua vontade de escrever. Aos 22 anos concluiu seu primeiro livro, que se passava na Idade Média. O manuscrito foi recusado, mas a temática acabou se repetindo em sua obra mais aclamada, a trilogia Kristin Lavransdatter (1920-1922, sem edição brasileira), romance histórico que se passa na Dinamarca medieval e acompanha a personagem título, uma mulher com múltiplos conflitos com seus pais e marido e que, gradualmente, perde a inocência.
4. Pearl Buck (1892-1973)
“Por suas descrições ricas e verdadeiramente épicas da vida camponesa na China e por suas obras primas biográficas”
País: Estados Unidos
Ano da premiação: 1938
Ano da premiação: 1938
Também conhecida por seu nome chinês, Sai Zhen Zhu, a estadunidense Pearl S. Buck era filha de missionários presbiterianos. Com sua família, passou grande parte de sua vida na China, onde escreveu obras aclamadas como A Boa Terra (1931), best-seller que acompanha a vida de uma família chinesa no campo no período anterior à Primeira Guerra Mundial, pelo qual recebeu o Prêmio Pulitzer. Após seu retorno para os Estados Unidos, em 1935, além de dar continuidade à sua carreira como escritora, tornou-se uma proeminente defensora dos direitos das mulheres e de grupos minoritários, produziu grande literatura sobre culturas asiáticas, e tornou-se conhecida por seus esforços em nome da Ásia e adoção mestiça.
5. Gabriela Mistral (1889-1957)
“Por sua poesia lírica que, inspirada por emoções fortes, fez de seu nome um símbolo das aspirações idealistas de todo o mundo latino-americano”
País: Chile
Ano da premiação: 1945
Ano da premiação: 1945
Gabriela Mistral era o pseudônimo de Lucila Godoy Alcayaga, poeta, educadora e feminista chilena que se tornou a primeira representante (e, até o momento, única escritora do sexo feminino) da América Latina a receber o prêmio Nobel de Literatura. Nascida e criada em áreas humildes do norte do Chile, desde cedo teve contato estreito com a pobreza. Para ajudar sua família, Gabriela trabalhava como professora assistente no sistema público de ensino enquanto trabalhava nos versos que a fizeram famosa internacionalmente. O primeiro reconhecimento de sua obra veio em 1914, quando ganhou o primeiro lugar no concurso literário nacional Juegos Florales, com o trabalho Sonetos da Morte, do mesmo ano.
6. Nelly Sachs (1891-1970)
“Por sua excepcional escrita lírica e dramática, que interpreta o destino de Israel com força tocante”
País: Alemanha
Ano da premiação: 1966
Ano da premiação: 1966
A ascensão do nazismo durante a Segunda Guerra Mundial na Europa deixou grandes marcas na escrita e na vida da autora judia alemã Nelly Sachs. Quando os nazistas tomaram o poder, a escritora foi tomada pelo terror, chegando a perder a capacidade de falar. Foi com a ajuda da também escritora e vencedora do Nobel, Selma Lagrlörf, que Nelly conseguiu fugir para a Suécia em 1940. Depois da morte de sua mãe, foi acometida por colapsos nervosos, alucinações e delírios de perseguição pelos nazistas, e passou vários anos em uma instituição mental. Mas, durante esse tempo, nunca parou de escrever e sua obra fez com que fosse considerada uma importante porta-voz da tristeza e anseios dos companheiros judeus.
7. Nadine Gordimer (1923-)
“Que, através de sua magnífica escrita épica, trouxe – nas palavras de Alfred Nobel – grande benefício para a humanidade”
País: África do Sul
Ano da premiação: 1991
Ano da premiação: 1991
Nadine Gordimer testemunhou de perto a repressão do governo – quando ainda era adolescente, a polícia invadiu a casa se sua família, confiscando cartas e diários do quarto de sua empregada. Interessada em agir ativamente contra a desigualdade racial e econômica na África do Sul, a escrita da autora e ativista política lida com as difíceis escolhas morais originadas em uma sociedade marcada pela segregação racial, tratando particularmente o apartheid – durante o qual um de seus livros, O Pessoal de July (1982), foi banido.
8. Toni Morrison (1931-)
“Que, nos romances caracterizados por força visionária e importância poética, dá vida a um aspecto essencial da realidade americana”
País: Estados Unidos
Ano da premiação: 1993
Ano da premiação: 1993
Nascida Chloe Ardelia Wofford, Toni Morrison é conhecida por seus fortes romances que trazem experiências de mulheres negras nos Estados Unidos. Toni começou a escrever quando passou a fazer parte de um grupo informal na Universidade de Howard, onde poetas e escritores se encontravam para discutir trabalhos. A primeira história que apresentou falava de uma garota negra que sonhava em ter olhos azuis – conto que foi desenvolvido e deu origem ao seu romance de estreia, O olho mais azul (1970). Em 1987, Amada, romance que acompanha a história de Sethe, uma ex-escrava, consolidou seu reconhecimento ao receber o National Book Award, o National Book Critics Circle Award e o Prêmio Pulitzer de ficção.
9. Wislawa Szymborska (1923-2012)
“Pela poesia que, com precisão irônica, permite que o contexto histórico e biológico venha à luz em fragmentos da realidade humana”
País: Polônia
Ano da premiação: 1996
Ano da premiação: 1996
Considerada a “Mozart da poesia”, a escrita de Wislawa Szymborska era conhecida pelo uso de fábulas, anedotas e metáforas prolongadas, muitas vezes temperadas com ironia e humor amargo. Sua reputação e premiação se baseiam em um conjunto de trabalhos relativamente reduzido, com menos de 350 poemas. Perguntada sobre o motivo de tão poucos de seus escritos terem sido publicados, a autora, que faleceu em 2012, respondeu certa vez: “eu tenho uma lata de lixo em minha casa”.
10. Elfriede Jelinek (1946-)
“Pelo fluxo musical de vozes e contra-vozes em romances e peças de teatro que, com extraordinário zelo linguístico, revelam o absurdo dos clichês da sociedade e seu poder de subjugar”
País: Áustria
Ano da premiação: 2004
Ano da premiação: 2004
O trabalho literário mais sério de Elfriede Jelinek começou como parte de sua terapia. Depois de crescer em um ambiente familiar conflituoso e lidar com pressão crescente que desencadeou um ataque de ansiedade, a austríaca se voltou às letras. Sua primeira obra, a coetânea Lisas Shatten, foi publicada em 1967 e, em 1969, recebeu seu primeiro prêmio literário. O editor Friederike Eigler afirma que Jelinek tem três principais e inter-relacionados “alvos” em sua escrita: a sociedade capitalista de consumo e a mercantilização de todos os seres humanos e as relações; os resquícios do passado fascista da Áustria na vida pública e privada; e a exploração sistemática e opressão das mulheres em uma sociedade capitalista-patriarcal.
11. Doris Lessing (1919-)
“Poeta da experiência feminina, que com cepticismo, fogo e poder visionário, sujeitou uma civilização dividida ao escrutínio”
País: Pérsia/Irã
Ano da premiação: 2007
Ano da premiação: 2007
Doris Lessing, pessoa mais velha a receber o Nobel da Literatura, aos 88 anos, abandonou a escola aos 14 anos, quando passou a se educar de forma independente. Trabalhando como enfermeira, leu muito sobre política e sociologia, o que a motivou a começar a escrever. Por causa de seu envolvimento em campanhas contra armas nucleares e o apartheid sul-africano, Lessing foi banida daquele país e da Rodésia durante muitos anos. Ela se mudou para Londres com seu filho mais novo, em 1949, onde publicou seu primeiro romance, A Canção da Relva (1950) e o inovador O Carnê Dourado (1962).
12. Herta Müller (1953-)
“Que, com a concentração da poesia e a franqueza da prosa, retrata a paisagem dos desfavorecidos”
País: Romênia
Ano da premiação: 2009
Ano da premiação: 2009
Nascida em Nitchidorf, perto de Timisoara, numa região de tradição germana na Romênia, Herta Müller é conhecida por suas obras que retratam os efeitos da violência, da crueldade e do terror, geralmente no contexto do regime repressivo de Nicolae Ceauşescu, em que ela viveu até os 34 anos de idade, antes de se exilar na Alemanha. Em 1982, lançou seu livro de estreia, uma reunião de contos intitulada Niederunge, censurada pelo governo comunista na época. Entre os livros da autora disponíveis em português, estão O Compromisso e Tudo o que Tenho Levo Comigo.
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13. Alice Munro (1931-)
13. Alice Munro (1931-)
“Mestre do conto contemporâneo”
País: Canadá
Ano da premiação: 2013
Ano da premiação: 2013
Em 112 anos, esta é a primeira vez que a academia sueca premia um autor que escreve apenas contos. Não escolheram aleatoriamente: críticos acreditam que a canadense Alice Munro foi responsável por revolucionar a arquitetura do gênero, com quebras temporais e experimentações. Chamada pela escritora Cynthia Ozick de “a Tchéckhov dos norte-americanos” (em referência ao russo Anton Tchéckhov, autor de peças como Tio Vânia e As três irmãs), as histórias de Alice geralmente se desenvolvem em cidades pequenas, “onde a luta por uma existência decente gera muitas vezes relações tensas e conflitos morais, ancorados nas diferenças geracionais ou de projetos de vida contraditórios”, destacou a Academia Sueca. No Brasil, Alice Munro tem, atualmente, quatro livros publicados, as coletâneas de histórias curtas Ódio, Amizade, Namoro, Amor, Casamento, A Fugitiva, Felicidade Demais e O Amor de uma Boa Mulher.
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